João de Deus corre risco de ter uma “morte súbita” por hemorragia caso o aneurisma que possui no abdômen se rompa, segundo informou o médico Alberto Las Casas Júnior nesta sexta-feira (22). O cardiologista avaliou o médium há exatamente um mês na prisão, a pedido dos advogados dele, e emitiu um laudo que embasou decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de transferi-lo da cadeia para um hospital.

Segundo o G1 Goiás, Alberto contou que João de Deus ficará em um leito isolado no Instituto de Neurologia de Goiânia, do qual o médico é sócio. De acordo com o profissional, o quarto já está reservado para o médium.

João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro acusado de crimes sexuais durante atendimentos espirituais. Ele sempre negou as acusações.

A transferência do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde o médium está preso, foi determinada pelo ministro Nefi Cordeiro, na quinta-feira (21). Conforme a decisão, João de Deus pode ficar por quatro semanas em um hospital para tratamento, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica ou vigiado por escolta policial.

Até a publicação desta reportagem, João de Deus não havia deixado o presídio.

O médico revelou que examinou João de Deus no último dia 22 de fevereiro. Segundo Las Casas, ele possui um aneurisma na aorta, de 2,5 cm, diagnosticado em exames feitos quando o preso deixou a penitenciária no dia 2 de janeiro, ao se sentir mal.

“Ele corre risco de morte súbita por hemorragia caso a parede da aorta se rompa, o que pode ocorrer nessa situação, se ele estiver não só no presídio, mas como no hospital ou em casa mesmo”, explica.

João de Deus também apresentou pressão alta quando foi avaliado - 18 por 10 -, além de indícios de trombose, e deve passar por uma nova bateria de exames tão logo seja internado. A necessidade de uma cirurgia ainda será avaliada.

O médico disse que o hospital ainda não foi notificado formalmente de que João de Deus será levado para a unidade. Apesar disso, ele diz que já reservou um leito isolado para o paciente, que arcará com todas as despesas do tratamento médico que receber.

O cardiologista explica que, a julgar somente pelo quadro clínico, não seria necessário manter João de Deus em um quarto afastado. Porém, por precaução em relação aos crimes pelos quais é acusado e para evitar problemas com outros pacientes, resolver optar pela medida.

“Esse também um ponto importante para o hospital, que precisa de preservar. A gente optou por um quarto isolado também por essa questão (os crimes dos quais é acusado)”, pondera.