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O telhado de vidro do novo governo


Por Raimundo de Holanda

03/01/2019 20h52 — em
Bastidores da Política



É muito precoce cobrar resultados do governador que tomou posse no dia 1o. Mas é preciso que Wilson Lima compreenda que a eleição acabou. Que o tempo agora é de colocar em prática os projetos anunciados durante a campanha e começar a trabalhar. 

Eventuais irregularidades herdadas de seu antecessor - caso existam de fato - tem que ser entregues aos órgãos de controle. 

Ocupar o tempo com denúncias que em sua grande maioria carecem de fundamento ou exigem embasamento técnico, é criar um clima de insegurança geral, porque revela que o novo governo decididamente não quer apurar nada, ou teria acionado o Ministério Público durante a transição.  

Muito estranho o comportamento do governador Wilson Lima, um dia após a posse, e a série de denúncias que fez, considerando que o processo de transição foi pacífico. Mas ficou claro que tanto o governador quanto sua equipe entendem pouco de números, de contabilidade e de orçamento. Wilson, principalmente, é especialista em apontar escândalos. Esquece que agora é telhado. E há vidros na cobertura de seu governo.

RISCOS PARA A ZFM

A Zona Franca de Manaus deve estar entre as principais discussões que políticos amazonenses vão travar neste ano de 2019. Em Brasília há  um novo governo, que pode promover medidas ‘duras’ contra o modelo. 

WILSON PODE APRENDER

No Amazonas o novato Wilson Lima  ainda vai começar a ‘aprender’ sobre a a economia regional e local.  Até agora, o que Wilson Lima tem dito sobre a Zona Franca de Manaus  são sentenças ‘batidas’ por discursos de todos os naipes. Nenhum rumo ou projeto delineado foi apontado por ele.

ARTHUR TOMA POSIÇÃO

O prefeito Arthur Neto mais uma vez se posicionou sobre o perigo de “uma corrida pela derrubada da floresta”, se não houver fortalecimento e renovação da ZFM.

A criação de novos polos dentro do PIM, com a aplicação efetiva da biodiversidade amazônica no processo produtivo básico (PPB), é urgente e indispensável para dar sobrevida ao modelo.

 SEM IPI ACABA TUDO

Na posse da nova diretoria do Sebrae-AM, o Arthur Neto defendeu as reformas da previdência e tributária, para “colocar o país no caminho da competitividade”. Mas alertou que a “extinção do IPI e a redução descalibrada do Imposto de Importação acaba com a ZFM".

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Para Arthur, se isto acontecer, vamos caminhar para a destruição da floresta, criando instabilidade política internacional. "O mundo não toleraria uma governança irresponsável da Amazônia".

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.