O governador eleito Wilson Lima começa a experimentar as sensações mais envolventes do poder. Mudar de endereço para um local “compatível com o cargo”, ouvir diariamente propostas ‘irrecusáveis’ de grupos de poder que agora o veem como o menino Midas da nova geração da política. Enfim, Wilson está no centro do poder, um lugar cheio de encantos, porém dominado por uma Esfinge pronta para devorá-lo se não for decifrada por ele.

O Wilson de ontem era apenas animador de palco que dançava ao lado de um anão, chamando a bronca dos outros para si. O de hoje é o governador eleito, caminhando num ‘deserto’ desconhecido e agressivo, cheio de oásis ilusórios e tentações.

Para atravessá-lo neste primeiro momento terá de se vestir de coragem e assumir uma personalidade forte, para e se firmar primeiro como um bom administrador, antes de aspirar a ser um grande governante.

Os sonhos que rolaram na campanha e na vitória, precisam ser avaliados  com acuidade extrema, porque qualquer ‘atalho’ vendido como vantajoso poderá levar ao precipício que os adversários desejam para ele.

No exercício do poder Wilson não terá mais tempo de chamar para si a bronca dos outros, porque a bronca agora é com ele próprio.