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Wilson Lima ignora Bolsonaro


Por Raimundo de Holanda

04/05/2024 20h05 — em
Bastidores da Política


  • O governador Wilson Lima pesou pros e contras e resolveu virar as costas para Jair Bolsonaro, o que irritou o ex-presidente em sua visita a Manaus.

A queixa dos bolsonaristas é que Wilson surfou na última campanha para o governo na força do bolsonarismo, venceu num colégio eleitoral onde andava muito mal em razão de seu papel desastroso na pandemia:  falta de oxigênio, mortes e a maior crise do sistema de saúde da história da cidade, que resultou em uma condenação no Superior Tribunal de Justiça "por crime de peculato, fraude em licitação, aumento abusivo de preço e sobrepreço de respiradores e líder de organização criminosa"

Os governistas têm uma explicação para a indelicadeza de Wilson: seu candidato não é Alberto Neto, que vem colando no ex-presidente, e sim Roberto Cidade, do União Brasil, seu partido. 

Mas um telefonema ou um almoço em particular seria um simples ato de cortesia. Afinal, Bolsonaro é ex-aliado e ex-presidente da República. Se não fez nada pelo Amazonas durante a sua gestão, fez por Wilson, sendo seu principal cabo eleitoral na campanha em que o governador venceu esmagadoramente em Manaus, contra todos os prognósticos, o adversário, Eduardo Braga (MDB). 

A outra explicação é que Wilson tentou sinalizar para o governo Lula que é um homem de centro, com ideais republicanos e com interesse em parcerias para o desenvolvimento do Amazonas. Faz sentido, diante da polarização existente e do fato de que Lula resolveu separar o joio do trigo. E o joio para o presidente é a direita reacionária liderada por Bolsonaro. 

Esperava -se que Wilson, em razão de projetos pendentes em Brasília, não entrasse no mérito da visita de Bolsonaro - apoio a um candidato que não é o seu - menos que ignorasse o ex-presidente, que chegou a ser internado em um hospital de Manaus com problemas de saúde. 

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.