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Sequestro e morte: Crime Organizado ameaça poder do Estado


Por Raimundo de Holanda

15/09/2019 20h44 — em
Bastidores da Política



Quando a Polícia admite que um cidadão foi sequestrado, torturado e morto por uma organização criminosa, que comanda o mercado de drogas na Região Norte, também está dizendo  que há um estado paralelo, já estabelecido, desafiando o Estado natural, a instituição social que baliza a convivência em sociedade. Em outras palavras, admite que o poder do Estado, enquanto organização de natureza política e social está seriamente ameaçado. Foi o que se deduziu da afirmação da Policia do Amazonas sobre José Stélio Franco Nery,  cujo  corpo foi encontrado na noite de sábado  próximo ao Estaleiro Carreira do Zumbi,  Bairro de Educandos.

A conclusão da polícia pode ser correta, mas expõe uma ferida no peito de um Estado incapaz de proteger seus cidadãos.

Atribuir um sequestro seguido de morte a uma organização criminosa, sem apresentar um plano de combate e desmobilização dessa organização, é a admissão mais vergonhosa de que o Estado, como conhecemos,  apodreceu. E que uma organização criminosa não torna-se tão poderosa assim sem a chancela do Poder constituído. Do Poder de Estado. Estado com E maiúsculo, soberano...

 

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ASSUNTOS: Amazonas, crime organizado, Família do Norte, FND, pcc, tráfico de drogas

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.