Os ganhos ocultos da Amazonas Energia
A Amazonas Energia foi a leilão por míseros R$ 50 mil. Mas o desembargador Marcos de Oliveira Cavalcante, do Tribunal Regional do Trabalho, suspendeu os efeitos da venda. A questão colocada e acatada pela justiça é bem básica: por que alguém compraria uma empresa endividada, a um custo baixíssimo e que exige investimentos de mais de R$ 4 bilhões ? A resposta é clara: Pelos ‘veios’ de ganhos misteriosos ocultos nos meandros da economia, e que são custeados pelo consumidor.
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O que existe de tão interessante numa distribuidora de energia com 900 mil consumidores no cadastro, que é vendida em leilão por míseros R$ 50 mil, mas que precisa de algo em torno de R$ 4 a 5 bilhões anuais para se manter. A resposta é um enigma guardado numa caixa preta.
Desde 2016 a Amazonas Energia conta com recursos de empréstimos subsidiados, bancados pelos consumidores através de taxas cobradas na conta de luz. E que se encerram este ano.
Mas o único consórcio a apresentar proposta, deve ainda fazer um aporte inicial de R$ 491,4 milhões, além assumir uma dívida de R$ 2,1 bilhões da empresa de energia.
Por que alguém compraria uma empresa assim, tão encrencada? Pelos ‘veios’ de ganhos misteriosos ocultos nos meandros da economia, e que são custeados pelo consumidor.
Assim sendo, prepare-se para continuar convivendo com os apagões cotidianos, as tarifas elevadas, as taxas por muita água ou pouca água, e os quilowatts devorando seu salário.
ASSUNTOS: Amazonas Energia, justiça, leilão
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.