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Invasão 'Monte Horebe' - a guerra que não aconteceu


Por Raimundo de Holanda

02/03/2020 21h54 — em
Bastidores da Política


  • Sem os traficantes que saíram um dia antes levando seus pertences, a resistência à ocupação levou um ‘drible da vaca”. As tropas entraram pelo portão B

Não aconteceu a guerra para a qual o governo do Amazonas montou uma ‘operação militar" e censurou a imprensa, nesta segunda-feira, na invasão Monte Horebe. Não apareceram por lá os representantes dos órgãos da ONU, que o governo anunciou por mera pretensão de  forjar   respaldo “internacional” a uma ação doméstica e provinciana. Foram suprimidos  da nota oficial, retificada minutos depois de a farsa ser denunciada por esta coluna.   

Sem os traficantes que saíram um dia antes levando seus pertences, a resistência à ocupação levou um ‘drible da vaca”. As tropas entraram pelo portão B, e ocuparam o local. Restou a desolação de moradores ante a mão de ferro destruindo barracos.

Desespero de alguns, lamentações de outros, tentativas isoladas de resistência à força policial. A comunidade queria a presença do governo de outra forma, levando paz sem destruição.

Agora o governo anuncia que irá bancar o aluguel social das 300 famílias desalojadas no primeiro dia da operação. Onde realocá-las ainda é incerto. Nesse ritmo logo serão mais de mil.

Terrorismo ultradireitista em Manaus

Não é brincadeira. A coisa tá mudando, mesmo. Os jornalistas que se cuidem. Pois tipos ‘espertalhões’, que se acham acima dos mortais, estão tomando conta dos espaços na mídia para alavancar o extremismo bolsonarista que assola o país.

Um deles, em Manaus, já dá lição de terrorismo ultradireitista, recomendando o ‘filtro ideológico’ na contratação, pela emissora em que trabalha, de novos profissionais.

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ASSUNTOS: comando vermelho, drogas, invasão monte horebe, Manaus, Retirada de invasores

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.