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As crianças que perdemos


Por Raimundo de Holanda

12/10/2019 19h37 — em
Bastidores da Política



Era bem mais fácil ser criança no meu tempo. Sem celular, sem internet ou computador, a gente olhava o mundo pelos olhos de nossos pais. Estudávamos mais, sonhávamos mais, amávamos mais, nos  sentíamos mais protegidos. Nossos pais eram tudo o que não somos hoje para os nossos filhos: eram os senhores da casa e nos rendíamos a eles - "benção, pai!, Benção mãe!”.   Bons tempos aqueles que todos sentavam em torno da mesa, de mãos dadas, agradecendo pelo pão que entrou em casa com o suor do trabalho.

Mas não foi a tecnologia que mudou as pessoas, as famílias. Foi a nossa geração que não soube cultivar os costumes de nossos pais, fomos  nós  que não conseguimos reunir em torno da  mesma mesa nossos filhos durante o almoço, fomos  nós que nos deixamos substituir pela tv, pelos jogos e pelo celular.

Achamos que o mundo mudou e confundimos família com progresso. Foi aí que  perdemos nossos filhos, mesmo eles estando tão pertinho de nós…

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.