O vice governador do Amazonas, Carlos Almeida, é filmado portando uma ‘valise’. Logo o vídeo chega a milhares de celulares acompanhado de uma informação falsa: a de que carregaria dinheiro. Carlos usou as redes sociais para mostrar o que na verdade portava: uma lancheira com crepioca" - uma mistura de goma de tapioca e ovo, além de  soro de leite, que ele preferiu dar outro nome: "whey protein".  Parece bobagem ter que explicar o óbvio: o vice-governador pratica musculação e a lancheira  é vista com ele em fotos mais antigas.

A lancheira está uma lástima, surrada pelo tempo.  A crepioca podia estar estragada, mas  não se pode subestimar a inteligência do vice-governador. Que falem que ele é chato, antipático, difícil de se relacionar, um criador de problemas, mas não que seja um descuidado, um ingênuo a carregar mala de dinheiro  ou que tenha se envolvido em corrupção.

O video, entretanto, é mais um exemplo de invasão da vida privada de um cidadão. Muitos podem justificar que  Carlos é um homem público, que é preciso saber o que faz. Mas há uma diferença entre vida pública - que deve mesmo ser exposta sem medidas - e vida privada, que é uma garantia constitucional. O video foi uma invasão de sua individualidade e, o que pior, trouxe um componente desabonador - a insinuação de que praticava ato no mínimo suspeito.