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Amazonas conta seus mortos em meio a uma crise política perigosa


Por Raimundo de Holanda

29/04/2020 19h32 — em
Bastidores da Política



A Covid 19 não está apenas matando os amazonenses. Está desestabilizando o poder político e econômico do Estado. Se o efeito do vírus é danoso para os cidadãos, a maioria desprotegidos e sem o amparo das autoridades, também está mexendo com a cabeça dos políticos - despertando uma ânsia  de poder que é, no mínimo, estranha diante de uma tragédia humana para a qual todos deveriam, por dever cívico e humanitário, se voltar.

Não é hora de contaminar a sociedade com ódio - basta o vírus que destrói vidas e sonhos, deixando um rastro de cruzes que começa em casa e termina nos cemitérios, lotados de cadáveres.

Os políticos - todos, inclusive do Executivo - precisam entender que a sociedade espera deles o que eles não estão oferecendo, que é a união em torno de um problema que precisa e deve ser solucionado: reduzir a mortandade e restabelecer a ordem num Estado onde o vírus parece  mais poderoso, à medida que ninguém se entende, que o governo não atua de forma eficaz e poucos se empenham em buscar saídas.

Há um estoque de veneno corrosivo de lado a lado que compete com o  vírus. O que é dito na rede de intrigas alimentada com dinheiro público  corrói a alma, destrói biografias, desilude os cidadãos, prega o caos e a desesperança.

O ideal para este momento difícil é baixar as armas. Deixar essa batalha para depois. Uma trégua em nome da vida parece não só necessária, mas vital para direcionar todas as forças no combate a pandemia.

Num segundo momento, com a pandemia controlada, podem atirar, formar trincheiras, espalhar a sujeira no ventilador e morrer em nome do que talvez não tenha muito significado…

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ASSUNTOS: Amazonas, conoravirus, COVID-19, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.